Atendimentos prestados por voluntários em abrigo reduziu número de internações e até mesmo de óbitos
Idosos do Lar São Vicente de Paulo, em Várzea Grande, recebem atendimento médico voluntário de uma equipe do Centro Universitário de Várzea Grande (Univag). O trabalho começou há seis anos, a pedido da instituição para o ensino de geriatria.
A médica Glória Maria de Campos Gomes Tristão, que acompanha os estudantes, afirma que, antes, os idosos eram levados até a clínica da Univag, mas que já sentia que esse atendimento necessitava de um acompanhamento mais próximo e mais acessível, com mais comodidade aos pacientes.
“Nós prestamos uma assistência geriátrica de qualidade e a instituição é bem aberta a esse tipo de informação, tanto que está sendo um sucesso o nosso atendimento desde a época em que começou, tanto como retorno para os alunos, quanto pessoal para mim, que sou coordenadora da disciplina”, conta a professora.
Os atendimentos são realizados semanalmente com o apoio da equipe de enfermagem da instituição, que indica os idosos que mais necessitam de acompanhamento. São feitas análises de doenças pregressas, revisão de medicações, pedidos de exames e análise de resultados e, por fim, a melhor conduta é aplicada para cada caso.
De acordo com a geriatra, o objetivo principal é que, aos poucos, passem a ser receitados menos remédios aos idosos. “Existem pacientes de 100 anos que nós acompanhamos e a tendência aqui é fazer muita ‘desprescrição’, que é a retirada de remédio. Isso porque a gente vai acompanhando esse paciente de uma forma linear e vai vendo como ele vai evoluindo”, relata.
A parceria traz uma série de benefícios para os assistidos pela instituição, como destaca o diretor do Lar dos Idosos, João Cassim.
“Foi muito importante essa parceria, porque nós não tínhamos um atendimento na área de geriatria, apenas um clínico geral disponibilizado pela prefeitura. Houve uma diminuição considerável das internações dos idosos, desde que começou esse acompanhamento. Outro exemplo é diminuição no número de mortes anual de idosos”, destaca.
Um dos casos de evolução lembrados pela médica é de um idoso que chegou ao abrigo com problemas pulmonares graves, há cinco anos, e que agora está recuperado e bem de saúde. “Ele necessitou, inclusive, do uso de oxigênio e deu entrada com protocolo de cuidado paliativo. Ainda assim, iniciamos o tratamento e ele melhorou. É um exemplo muito claro de que sempre tem algo a se fazer e que pequenos ajustes na conduta e na rotina desse paciente, podem melhorar e dar uma qualidade de vida para eles”.
Os benefícios dessa parceria também são colhidos pelos alunos de medicina da Univag. Raissa Varanda Dantas Matos, que está concluindo a faculdade, avalia a experiência com pacientes que viveram em situação de vulnerabilidade social é enriquecedora.
“É incrível porque precisamos passar por várias especialidades para aprender um pouco de tudo e, aí sim, oferecer para população idosa esse atendimento de qualidade. Ter contato com pessoas idosas que já estiveram em uma situação de vulnerabilidade social aumenta muito os nossos ganhos na medicina e a gente aprende muito com eles também”, pontua Raissa.
Atualmente o lar atende 65 idosos, entre homens e mulheres, resgatados de situações de vulnerabilidade social. A instituição é filantrópica, ou seja, conta com a contribuição da sociedade para o desenvolver das atividades.
Para mais informações sobre trabalho voluntário, os contatos são: 65 98459-2212 ou 65 98459-2151
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